Atolados.

Uma semana de muitas emoções essa, eu diria. Estamos em Lisboa e eu já morei aqui uns anos atrás, o Gui nunca tinha vindo pra Portugal. Então mostrar alguns lugares que eu visitei é muito legal. Mas não foi uma semana emocionante só por conta disso.

Pra começar estávamos dormindo em uma doca. O Gui estava trabalhando quando viu uma movimentação lá fora. Quando foi ver um motor home tinha caído na água. Tinha os bombeiros, mergulhadores, policiais, curiosos (e a gente, claro), assistindo o carro ser removido. Me parece que o senhor dono do carro não puxou o freio de mão. Tadinho. O carro tava cheio de barro e TUDO molhado.

Saímos da doca e fomos mais pra perto de Cascais, iríamos conhecer a região. Estacionamos em um lugar lindo (apesar do chão desnivelado, o q não é bom para o motor home). Fomos de bicicleta pro centro de Cascais, passamos na Boca do Inferno, farol de Santa Marta. Eu ia sempre passear pelas ruas de Cascais e pegar um sol nas praias nos meus dias de folga. Foi muito bom rever todos os lugares e poder mostrar para o Gui.

Voltando pra casa, o outro carro que tinha vizinho a nós tinha ido embora, e resolvemos colocar o nosso carro aonde eles estavam, porque o chão lá era mais plano. Foi aí que começou o novo drama. Atolamos. Tentamos desatolar colocando papelão, vegetação, pedra nos pneus e nada. O carro só ia afundando mais. O sol se pôs e resolvemos deixar como estava e tentar resolver no próximo dia, até já estava escuro e esfriando.

Na manhã seguinte fomos tentar colocar em práticas algumas técnicas que tínhamos visto na net na noite anterior. Não estava dando certo, já estávamos desesperados porque a frente do carro já estava pegando o chão. Foi quando apareceram os lixeiros. O Gui chegou perto deles, perguntou se não tinham uma corda mais forte pra emprestar. Bendito sejam aqueles homens. Eles viram a nossa situação e abraçaram a causa. Eles deitavam no chão, cavavam em volta do pneu, procuraram objetos no mato em volta que pudesse ajudar. Quando viram que não estava funcionando trouxeram o carro deles lá embaixo (era uma descidinha um pouco complicada) e foram puxar. O gui dirigindo o nosso carro, um dos lixeiros dirigindo o caminhão e eu e os outros 2 empurrando. O carro patinou, morreu, mas desatolou!!

Não sei o nome dos lixeiros, mas sou eternamente grata pela ajuda deles. Essa foto eu fiz depois que tiramos o nosso carro. O tamanho do buraco e a linda paisagem.

Depois disso fomos embora correndo daquele lugar. Voltamos para o centro de Lisboa. Estacionamos perto da Torre de Belém e fomos visitar a região no dia seguinte. Aproveitamos que estava sol e conhecer a torre e o Padrão dos Descobrimentos. Comemos algo e voltamos pro carro. Eis que surge o terceiro drama: eu e Guilherme doentes. Foram 2 dias trancados em casa, dor no corpo, cabeça, calafrio, calor. Suspeitamos que fosse COVID então achamos melhor ficar quietinhos até confirmar. Deu negativo! Isso é bom, podemos sair tranquilos. Estamos melhores mas ainda acanhados em casa, esperando melhorar bastante para voltarmos a desbravar. Enquanto isso, dá-lhe Netflix e videogame.